Lá se vai a amiga

As caixas de papelão e a fita adesiva

O guarda roupa que aos poucos se esvazia

O cd e a saudade

Olho e não ofereço ajuda

Recebo sem troca o medalhão azul que contemplei em uma de nossas conversas animadas

Pelo desfile de roupas e óculos escuros

No quarto adornado com seu glamour próprio

Exibido, elegante e sóbrio

O primeiro dia com pulseiras pretas e cabelo avermelhado

As bolas coloridas roubadas no bar da esquina

A sandália 34 e a pele amarelada

O salto alto e o teatro

As peças e as piadas

As fotografias

Critica e discreta

Inteligente e determinada

Fugitiva do sol

Misteriosa como a Lua

Fria como as águas de uma cachoeira noturna

Que ressuscita e purifica quem em suas selvas se aventura

Acolhendo em seu peito quem em seus braços se aconchega

E mostrando os caninos ao inimigo que se aproxima

A ferroada à palavra mal educada

E a indiferença aos pobres de espírito

Sua classe e seu jeito ficarão para sempre no ar

Como a fragrância do perfume que nunca acaba

Tendo deixado o vidro vazio para trás

Stéphanie
Enviado por Stéphanie em 09/11/2007
Código do texto: T730377