Derrepente talvez, Zezinho

... Pôxa, Zezinho, é bom saber que te inspiro

Que eu tomo corpo em tua mente,

Sei eu, que demente ser jamais serei

Por qual ventura, talvez, viva eu de forma impura

Nos meus escritos, nos meus pensar.

São meios que eu encontro de me revelar;

É o outro lado da minha face que arde de,

E por tanta vergonha.

São os dias que começam e passam em minha vida.

É a vida que se perde nesses dias

De feridas crônicas e estúpidas.

... Pôxa, Zezinho, eu me perco na caneta

Mas na idéia eu me encontro,

Pode ser que pra seu espanto, derrepente talvez,

Eu não esteja nesse planeta.

Obrigado meu amigo.

Vicente Freire – 26/08/1982.