Sobre Ricardo Lantyer

Adianto pra não atrasar,

Mas pouco resolve: eu sei que está à frente.

Pago minhas contas com o tempo,

Sou um vendedor de relógios.

E o tempo faz uma enorme falta a mim:

Por vende-lo não posso possui-lo.

E essa falta - se eu pudesse ser como uma águia -

Não existiria,

Viveria em meu peito a liberdade pra ser o que sou

E o que acho de mim.

Mas pra tudo existe o tempo,

E que se nada vem agora, que não venha:

Não tem de vir.

Se a asa do meu pensamento

Der um sopro no meu relógio – que por ter perdido o tempo está parado -

Mostrarei que todos os conceitos sobre felicidade estão errados.

Sim, nada adianta ter o tempo, de nada adianta a eternidade

Se nos seus olhos não houver felicidade.

Cai agora uma lágrima de meus olhos,

Chama-se libertação.

Diego Guimarães Camargo
Enviado por Diego Guimarães Camargo em 01/12/2007
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