Como será daqui pra frente? Nem eu sei.
Com quem vou reclamar? E as risadas?
Com quem vou dividir e como partilhar?
Com quem vou permitir-me verdade plena?
 
Para quem vou ter as piadas recentes?
Para quem mostrar a alma transparente?
Para quem contar o melhor dos “causos”
Para quem ligar e  só  falar asneiras?
 
Não sei por que você foi tão apressado?
Não havíamos combinado esse fim.
Para nossa peça que chamamos vida.
 
Escrevemos a quatro mãos por longos e
deliciosos vinte e três anos,  mas
Você resolveu escrever o último ato
sózinho. Sem meu consentimento,
Sem mim.