Meus Amigos
eu os amo por terem semeado
a minha estrada opaca
e com mil brilhos conscientes
com o néctar da flor
da liberdade da poesia
eu os agradeço por sentirem comigo
a queda do primeiro tijolo
da parede em mim
testemunha oculta do único raio de sol invisível
ensaiando em minha alma
a dança sombria do anoitecer bem tarde
eu os entendo quando não consigo
dar mais um passo em sua direção
e meus caminhos opostos
com suas encruzilhadas engraçadas
e muitas vezes fatais
e me olham como se o mundo
fosse o meu destino e a minha prisão
eu os quero entender da minha luta
e das dúvidas inimigas do meu sonhar
para que fechem os olhos
e me energizem em seus desejos
e me transfiram para um lugar qualquer
de suas lembranças ou não
e me perdoam o medo
e a minha poesia medo
germinando amor
eu os respeito se ao a cada acavalgar da madrugada
os espíritos de luz me acontecem
em uma viagem ao interior de mim
e eu posso escolher a minha lágrima mais feliz
eu os transmito o próximo contato
com o entardecer na próxima alvorada
do meu poeta guerreiro
apaixonado pela criança
brincando de deus
eu os espero do outro lado do horizonte
onde ele quem quer que seja ele
ou qualquer pensamento mesmo inexistente
nos ilumine para uma aventura fantástica
entre as estrelas aquelas da nossa loucura
ou certeza ou fé
e para um sorriso de vencedor
por pelo menos ter tentando
ou por não ter desistido
eu os vi vendo os mesmos filmes
e ouvindo as mesmas canções
que me dizem da saudade
e do carinho serem nossos amigos
e alguns livros novos ou antigos
ou em qualquer ordem
dos eternos corações dos poetas
eu os peço um micro-segundo de silêncio
pelas minhas solidões e pelos meus heróis
inteligentes e sofisticados em meu cérebro
a consciência do novo
e dos sentimentos em forma de bits
uns poucos acompanhando o meu amanhã
eu os chamo o que já se foi e permaneceu real
na gota de chuva bem vinda da nuvem mais bonita
e a nossa paz e a nossa poesia
e o que conquistou em mim o passado
e do mundo a felicidade de saber amar