QUIMERA FRATERNAL - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil.

QUIMERA FRATERNAL - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

Tão repentino tu vieste, meu amigo,

vindo do nada inusitado que há na vida

trouxeste bênçãos e, em troca dessa guarida,

Ofereci-te meu humílimo abrigo.

Com aparente simpatia, tu chegavas

e, no abraço mais sincero que te dei,

no coração, com emoção, eu te guardei

e nem notei que, displicente, te afastavas.

À semelhança de quem cai de uma montanha,

e de quem corre na ânsia de o socorrer,

tu te jogaste - e vendo teu amor morrer, '

quis proteger-te de uma perda tão tamanha...

Ias cair no fundo de um despenhadeiro,

eu segurei a tua mão com energia...

mas sou tão frágil, resisti o quanto podia,

não consegui conter teu voo... já derradeiro.

E foste, aos poucos, te afastando, sem medida,

daquela vida afetuosa que eu te dava

...e devolvias, mas também te preocupavas

contigo mesmo... amor se doa, a dor... revida.

Tão diferente de quem foste, tu partiste,

o meu afeto não desiste; a solidão

aconchegou-se num ingênuo coração,

e a emoção que eu te senti, ficou tão... triste.

Perdoa, amigo, mas sempre te guardarei

no coração, embora, aparentemente,

teu coração não me pareça convincente

pois dessa ausência nem me deste explicação.

Hoje, contento-me em lembrar-te como eras:

tão generoso, tão gentil e solidário,

mesmo deixando-me tristonho e solitário,

faço da vida fraternal, minhas quimeras.

Às 9h e 28min do dia 4 de agosto de 2023 do Rio de Janeiro.