PAIXÃO

Perdi o sono, embriagada de tanto ciúme!
Não medi as palavras, te mandei embora...
Abracei o travesseiro e senti o teu perfume
Em intensa agonia contei as lentas horas...

Esse tempo que não passa, pérfido inimigo!
Sem descanso sofre a pena e golpeia a folha...
Unidas às mãos constroem versos, que castigo!
Concretizam os meus pensamentos sem escolha...

Sentimentos transcendem a alma no poema...
E casam-se perfeitamente com a inspiração!
Amo-te, odeio-te, desejo-te, é o meu dilema!
Quero fugir, não ouso enfrentar essa paixão...

Contemplo o teu intenso olhar, será miragem?
Ganho os teus abraços, afogo-me em teus beijos...
Perdoei as tuas injúrias, gloriosa viagem!
Vislumbrei o céu e sucumbi a esse louco desejo!