De nós dois

Beija, beija que beija

Rói a esperança

Que corrói o enfim

De nós dois.

Abraça o dorso que arde

Aperta a dor, já é tarde

Ensaia o sorriso largo

Bem antes de depois.

Agora a febre inebria

A festa de espuma

De champanhe, de sais

A língua indolente não lambe seus ais.

A quase loucura

Da solidão se esvai

A confusão da manhã

Com seus sons, luzes e risadas.

O derradeiro uivo da lua

O pisca-pisca do sol

O chilreio de pássaros

O dia rompeu.

Túlio Reis
Enviado por Túlio Reis em 19/01/2006
Código do texto: T101062
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