De nós dois
Beija, beija que beija
Rói a esperança
Que corrói o enfim
De nós dois.
Abraça o dorso que arde
Aperta a dor, já é tarde
Ensaia o sorriso largo
Bem antes de depois.
Agora a febre inebria
A festa de espuma
De champanhe, de sais
A língua indolente não lambe seus ais.
A quase loucura
Da solidão se esvai
A confusão da manhã
Com seus sons, luzes e risadas.
O derradeiro uivo da lua
O pisca-pisca do sol
O chilreio de pássaros
O dia rompeu.