Poema ao meu Amor

Minha saudade busca abrigo em teu nome

À minha volta tudo é ausência e precipício

Nesse abismo que me impõe a solidão

Nem o silêncio da manhã atrevida e azul

Ilumina o gris refletido em meu olhar

Não existem palavras a serem ditas

Quando a dor teima em punir o peito

Atravessa-me o grito, o soluço incontido

E nada cala esse amor desmedido

Pleno de sentires inacabados

Em mim, o travo, o amaro e a sede de ti

Sendo sorvida no absinto do desencanto

Socorrem-me as tuas doces lembranças

Ocupando os vazios que sempre preencheste

Vem-me o veludo da tua voz

Indicando-me a estrada do sol

E o arco-íris em que me anunciavas a vida

Recuso-me a ver esse teu novo rosto

Que sem saberes me foi desvendado

Nego-me a olhar esses tons

Com que te rasuraram o olhar

Que me dizia tudo de mim

E dos caminhos dos meus sonhos...

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 31/05/2008
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T1012976