Declaração. (à Mariana)

Flor do meu viver...

doce criatura, fonte do mais doce néctar de mais doce apreciação...

Docemente é.

Da semente que foi, da muda que se tornou, dos botões que se abriram e exibiram simplesmente: Mariana.

Beleza contida num afago; simplicidade embotada de sentimentos presentes em uma troca de olhares. Com a leveza de uma pétala que cai ela me encanta.

Palavras haveriam de ser criadas para que pudesse eu, simples admirador que me torno frente a tal entidade, poder descrevê-la com perfeição, ou descrever o que a mim causa o singelo pousar de seus olhos sobre mim.

Não perfeita - somente pela impossibilidade de alguém o ser - ela é também o espinho que não se vê em cada flor. Simultaneamente a maciez rosada, o cheiro aveludado e o tato indelicado que responde ao toque com alguma coisa forte o suficiente para que nos sintamos atravessados por tal.

Ainda que profundamente afetado por tudo o que dela parte, há quem se atreva a desmerecer o seu gostar, mesmo que involuntariamente, e em póstumo com sincero pesar. Ainda hão de ser criadas palavras pra que o perdão seja deveras merecido, uma vez que ousara ferir a esta de quem a felicidade é um dos frutos que surgem carnudos e em abundância durante todas as quatro estações do ano.

Estimada planta, crisântemo dos meus canteiros, há por último a ser dita uma única coisa: que hão também de ser inventadas as palavras que expressem corretamente a profundidade e espessura das raízes que sugiram entre nós e que acabaram por nos transformar quase que numa única coisa; uma outra árvore capaz de florescer o que lhe forma, de dar frutos correspondentes a essa futura palavra que expresse nossa emaranhada ligação: um fruto primeiramente de amor, mas que depois amadurecerá para algo ainda maior.

Algo que nunca floresceu, e nunca florescerá em qualquer outra parte que não entre nós.

Eu te amo.

Ou mais.

Gravor di Saint Danielt
Enviado por Gravor di Saint Danielt em 03/06/2008
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