Maré a beira do cais...

Não posso matar algo que amo tanto

E esse algo que amo, é o teu amor

Estou mais frágil hoje... é só desencanto

Quando tento gerir sua falta, é só dor

Certas ocasiões que me pesam mais

Perturbam a alma e tiram minha calma

Tem dias que me vejo a beira do cais

Sem um horizonte e nenhuma vivalma

Sou alguém que ama intensamente

Que viu seu sonho de amor se dissolver

Que destilou essa dor, literalmente

Sem poder dela, sequer me defender

Assim sem ninguém... me escondendo

Tal qual a lua em seus eclipses infinitos

Há momentos em que vou escurecendo

Com a voz presa, sufocando meus gritos

Não podemos nos julgar em prejuízo

São nossas, as amarras em nó perfeito

Que a vida ata e brinca com o nosso juízo

E no ancoradouro da razão tenho me refeito

É só mais uma maré vazante que me pega

Liga não... amanhã a cheia me complementa

É este meu sentir de amor, que não se nega

Que vai e vem, e mesmo assim, me acalenta

Marcelo Scot
Enviado por Marcelo Scot em 04/06/2008
Código do texto: T1020005
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