Cheio de vazio

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"... Amor é o nome que se dá

Quando se percebe o olhar alheio

Alheio a tudo que não for

Aquilo que está dentro do teu seio

Porque seio é o alimento

E ao mesmo tempo a fonte para o desbloqueio

E desbloqueio é quando aquele tal vazio

Se transforma em amor que veio

Lá do outro lado do céu

Alguém derrama num papel

Novos poemas de amor

O vazio é um meio de transporte

Pra quem tem coração cheio..."

(Paulinho Moska)

Tem lugares onde o mar é bem mais límpido e claro,

o céu é cheio de nuvens branquinhas, branquinhas;

mas o coração fica ali parado, não tem disparo

nem os olhos brilham de desejo nas esquadrinhas,

o corpo lasseia e sente o impacto do sol e seu fogo

queima a carne e a pele dando um tom mais dourado,

mas não há movimento da rainha e do rei nesse jogo,

como um xadrez da natureza, sem cavalo enviesado;

o sangue corre e pulsa uma quentura entre as coxas,

uma vontade de rolar na areia e sentir um abraço,

- a boca seca por falta da saliva de um beijo -

e as curvas balanceiam em seu passo mais lasso,

como se estivessem sem atino, sem rumo, frouxas

e todo o corpo sente o impacto das ondas duras

batidas em espumas entre as pernas solitárias

querendo aquele homem em meio ao sal dessas brumas

deslizando suas águas de sêmen, tão arbitrárias,

e se faz a magia do retorno e os olhos mais que buscam

o corpo sente a aproximação fugaz liberando a saudade,

pois nenhum lugar do mundo traz essas luzes que ofuscam

e a delícia de saber que mesmo distante, em verdade,

mesmo não o tendo nos gozos que em mim triscam,

estou respirando com ele o mesmo ar dessa cidade...

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