Donzela

Tua feição tão singela

teu olhar puro

Deslumbrante donzela

Ouço musmurros

Do meu imo ate chamar

Lá na minha alma

No escuro

Pensastes nos seus traços

Escuregastes nas tuas curvas

Sonhaste com teus abraços

Imaginastes tuas loucuras

Na noite ínfima

Lembro-me de suas poesias

Dos seus sorrisos de alegria

Lembro de suas palavras

Doces iguais aos meles

Ludibriados de ingênuidade

Pueril da juventude

Donzela menina

Teus traços ainda formam curvas

Suas silhuetas mal se destacam

Estas a abrir a rosa

Como na primavera

Os botões abrem ao crepúsculo

Você abre a mim seu imo

Teus cabelos loiros

Flamejantes, cadentes

Que possuem neles as ondas do mar

Cabelo ondulado, caracolado

Cachinhos dourados

Da minha realidade

Tua pele alva,aos contrastes

Da luz, suave, e delicada

Ao qual me conduz

Ao deleite chegar

Teu riso me hipnotiza

Me cega a paixão

Me leva a loucura

Na falta de razão

Deixaste em mim

Tua contradição

Um plebeu como eu

Amaste um rainha como tu

Meu cadaver frio

Padece aqui ao relento

No momento de solidão

Me arrebento ao chão

Vem a este corpo frio

Esquenta-me na insensatez

Do tempo, do contento

Mata-me, esse servo

Vivo-a ti, sem ti

Prefiro os campos elísios

Conhecer, a padecer