Amor Eterno

Amor Eterno

Desiludida do amor, pois lhe roubara,

O ser amado, a vida, abruptamente

Deixando-a desolada e na certeza,

Que havia ido de si toda beleza,

Toda paz, segurança, e certamente

Tudo de bom que do mundo lograra.

Com determinação, e força rara

Que sua frágil figura não revela

Partiu para lutar com valentia

Cuidado só, dos frutos que havia

Ganho por prêmio de união tão bela

Que ao diluir-se grande dor gerara.

Enclausurou-se em si, como se, para,

Fugir das tenções que a atingem e inflamam,

Em maciças doses diuturnamente,

Relembrando a paixão que ainda sente

Como soem sentir os que só amam

Uma vez, quando o amor se lhes depara.

Usando a grande potência de sua mente,

As paredes do claustro ela as reveste

Com cristalinos espelhos, peças raras

E recriando imagens a si tão caras

Em carícias sensuais ao corpo investe

E a abraça-la fremente, um vulto sente.

Nos devaneios sensuais da jovem mente,

Que há cinco anos assim se auto-tortura

Fugindo das realidades que a perturbam

E das idiossincrasias que só turbam

E lhe apontam sempre outra feitura

Ao seu “modus-vivendi” inconsistente.

Por ser poeta, pode, (e o faz livremente,)

Expor os seus anseios de felicidade

Dirimindo as tenções que a acometem

Revelando-as em poemas que prometem

A incautos cheios de lubricidade,

O amor que retém avaramente.

mestre Egidio

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 24/06/2008
Código do texto: T1048820