TRIBUTO PARA MONALISA
Eu nem sei se sabes do amor que sinto
Das esplêndidas galáxias que construí
Reverberando centelhas de profusão de cores
Como cardumes em festa que vibram certezas
Que ainda posso conquistar você.
Mas... Vago como pirilampo noturno
Faiscando em desertos sombrios
Odisséia triste de sonhos inacabados
Que morrem na nitidez das horas
Sombreados pela luz do fel amanhecer.
Eu nem sei se sabes
Das cordas vibrantes dos tórridos anseios
Das flores que ornamentam teus castelos
Das vezes que como ser inanimado
Mobiliei o caminho de tuas alamedas
Que fui espectro inominável
No secreto espaço do teu dormir.
Eu nem sei
Os mares da tua pele convidativa
O gosto da pêra se beijar tua boca.
Está dor que julguei vã e passageira
Arde-me assim, feito coisa mui eterna.
Eu não te fiz canções de amor
No instante de beleza estival
Quando a lua refletia-se no lago.
Não te ofertei a mais notável esmeralda
Não conquistei os tesouros de Salomão para ti
Nem a coisa mais preciosa do mundo
Que possa desejar!
Mas te juro, tenho tudo guardado em mim.
Que certamente dar-te-ei como herança
Quando estiveres ao meu lado.