Sou como água calada,
Sozinho, ando nesta estrada,
Descalço sinto o espírito suave da terra,
Perdido, tropeço em ríspidas pedras...
Passo a passo, em virtuoso compasso,
Meu coração permite momentos de descompasso...
Minha sombra no espaço, eu mesmo faço,
Diante ao gosto amargo da flor, desfaço...
Teu frio é a nuvem da distância
De toda minha perdição..
Tua vontade seca e vazia
Empoeirou perante minha paixão...
A estrela cadente caiu,
Todo o meu desejo partiu,
O abandono, em dor meu peito sentiu,
No ausente, meu carinho, meu riso sumiu..
A onda de meu mar se arrastou,
Na caverna escura chegou...
Devagarzinho, a esperança consolou
E a imagem do amor me beijou...