A ideologia do amor

Não ficarei mais esperando por te

A espera cansa e tardia um novo amor

Não agüento mais sonhar contigo e acordar trêmulo

A solidão ocupou minha mente e fez-me refém do temor

Nunca mais você me mandou rosas vermelhas

Passo hora e horas ao lado do telefone, ligarás-me agora?

Meu ursinho de pelúcia já não suporta meus abraços e lágrimas

Releio cartas, revejo nossas fotos, remetem-me ao amor de outrora

O orgulho dissimula meu ardor. O medo do desprezo bloqueou meu peito

Converso com amigos que me fomentam a te procurar

Refuto a idéia, nos pés de uma mulher nunca me ajoelhará

A razão subverte à emoção, triste porfia martiriza meu coração

Pedidos de desculpas não curam um coração dilacerado

Canalha, pérfido dissera que eu era insuprível

Prometera-me amor eterno e levar-me ao paraíso

Inocentemente apaixonada, acreditava em contos de fadas

Jamais duvide do meu amor, seu olhos viram sua mente interpretou

A panacéia da minha vida és tu grande flor

Do Oiapoque ao Xuí todos ouvem minha dor

O ciúme cega, o conto de fada não acabou, para revelar-te a verdade aqui estou

Meu querido, morri ao vê-lo nos braços de outra

Uma nuvem escura não me cegou, apenas me desumanizou

No restante da minha vida, não quero ouvir falar em amor

Não tenho mais coração, o ódio me contaminou

Ao tocar seus lábios nos meus a forma humana retornar-te-á

A amiga ausente veio me abraçar, quando longe percebi um coração a latejar

Encasulou-se em sofrimento, rejeitando meu amor, acreditou no trivial

Celícola, saia da caverna e vamos usufruir do nosso amor angelical

Meu bem aqui estou, não há verdade nem mentira que ofusca o amor

Acreditar em te faz bem, prefiro sorrir na mentira a sofrer na verdade

Meu anjo não sou dissimulador, as batidas do meu coração confirmam meu clamor

Suspenda a desconfiança, mostrar-te-ei que entre o amor e a loucura há uma aliança.