PUNHAL FINCADO NO PEITO

Este amor que ainda excita-me

é um punhal fincado no peito.

Com destreza violenta afasto-me,

mas uma voz perversa grita:

não tem jeito.

Ardilmente arquiteto uma fuga,

para assim, deste sentimento zombar;

inútil é minha investida,

pois é a mim que quero enganar.

O ardor do desejo frustrado,

ainda queima latente no peito.

Porque continuar amarrado,

quando por mim ele nutre despeito?

A história das nossas vidas cruzadas

remói e destrói tudo que creio.

Porque da tua vida não faço parte,

e ao teu amor não me dás direito.

Destarte, a lima do sofrimento,

faz-me partir sem direção,

pois o punhal aqui fincado

avança em vereda ao coração.

Elton Diniz Pacheco
Enviado por Elton Diniz Pacheco em 03/07/2008
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