LUA VERMELHA
LUA VERMELHA
Tu virás em virilidade e a boca macia.
Sem preconceitos a despir-me dos defeitos
Sou branca e fria, apenas a tua Maria.
Fico bela quando contigo me deleito.
Apareço com minhas vestes magistrais
Com meus olhos feiticeiros e mais,
Nos poetas provoco versos passionais
E nos amantes coisas transcendentais
Queres esperar por um eclipse programado?
Liberte-se deste velho calendário
O agora urge, é tempo de ser amado.
Amar não é sentimento programado
Acontece sem explicação, sem horário.
Tu virás doido, hipnotizado!
II
Tu virás quando a aurora nascer
E o orvalho as flores acariciar.
Nesta hora, amantes exaustos de prazer.
Pensam no despertar, em recomeçar...
Sol a invadir meu corpo, sem prólogos.
Vestindo-me de dourado e me aquecer.
Meu servo encantado és o fogo.
Fiel aos meus delírios, fonte de prazer.
Rompe as barreiras do pudor
Meus olhos nus fazem a leitura dos teus
Chamas de desejo, meu grande amor.
Homem e mulher á beira da lareira
A paixão incendeia, lenha para queimar.
Frio é o copo de vinho á cabeceira.
III
E tu virás na eternidade deste dia
Em avidez, insanidade que principia
Quando cantam os pássaros de vigia
Espreitando-nos em íntimas carícias.
Vingam as rosas fogosas e macias
Veludo rubro onde dorme a fantasia
Que és meu escravo, luz do meu dia.
Minha face e fases tu entendes
Sabes satisfazer meus anseios
Agarra minha cintura e tremes
Preso neste círculo de devaneios
O infinito cúmplice precede...
Eclipse total dentro de quatro paredes!