ESTE AMOR...

Naquele primeiro olhar...

Soubemos semear em nossos olhos o mais belo e puro amor...

Ao surgir do nada... Que nos possuiu com seu jeito a inebriar

Que naquele momento invadiu nosso ser no mais sublime amar

Fomos sedutores sapecas ao nos deixarmos sob esse dominar

Um breve impacto entre a brisa e o vento, muito além da dor

Até a natureza se rendeu diante do esplendor... Inquietador!

Uma história escrita nos tempos, inolvidáveis a se desvendar

Nosso primeiro toque...

Visões, emoções... Deslumbrando nossos olhos debaixo desse tremor

Como um turbilhão que ao mesmo tempo envolve e se faz assustador

São dois corpos fundindo-se num só, todos os dedos acariciando-nos...

Entrando pelos labirintos... Insinuando-se e navegando aos instintos

Pelo olhar nos clamando... Chamando-nos a apagar esse delírio

Enlouquecidos, assumidos... Viajantes transportando seus fascínios

Seduzindo nossos corações... Estremecidos sob a sufocante paixão

O primeiro beijo...

Desfizemos entre caminhos de singela emoção, de pura alucinação

Onde nos encontramos e nos perdemos... Pernas tremulam sem ação

Em redemoinhos de sensações sem fim... Vibrantes... Estonteantes

Nossas línguas entrelaçadas, enamoradas em comunhão constante

Boca a boca... Lábios molhados em seu fogo que nos consome

Numa ternura nunca dantes vista... Entre dois eternos amantes

Sedução... Pecado redentor... Saciando essa nossa eterna fome

Essa carícia carnal...

Mãos tentando calar a saudade... Esse desejo perigoso e mortal

A propagar com intensidade causando um incêndio fenomenal

Que ameaça nos queimar em sua lava ardente de corpo a corpo

Deslizando... Correndo em labaredas... Fazendo subir às paredes

Mãos queimando, bocas delirando, saciando o nosso desejo letal

Onde a vida desfalece... Tudo pulsa e cresce... Interpenetra-se

Atiçando-nos, desvairando-nos... Ardentemente meio dementes

O olhar de um e doutro brilhando intensos no cósmico magnetismo

Nosso primeiro amar...

Desvendar dos nossos corpos em sua nudez sob a nossa cama

Lençóis revoltos... Roupas soltas... Apressadas... Amassadas...

Mãos semeando trilhas de fogo insano sob as nossas peles

Numa liturgia sensual... Entoada pelos cantos das vozes macias...

Seguida pelas bocas vagabundas fazendo-nos perder toda a razão

Sopros de prazeres mundanos e profanos nos urros das sensações

Enfeitiçando-nos, escravizando-nos numa tortura louca e insaciável

Que em tudo nos eletriza... Provoca os gritos e admiráveis gemidos

Acordando nossos instintos mais escondidos sedentos e famintos

Querendo sentir a sinfonia das bocas acoplando-se em parafusos

Saboreando a troca de beijos transmutados pelos confins difusos

Suando de paixão... Sussurrando pelos ouvidos... Soluços roucos

Sem vacilarem... Perdidos nas loucuras dos gemidos e clamores

Assim se doam sem pudores... Entregues à dança de seus amores

Nas esfregas e entregas... Ressuscitando e inalando todas as flores

Perfumando os nossos corpos e corações unidos entre as carícias

Numa noite que testemunhou a pureza de dois seres em plenitude

Soltando as nossas almas e corpos nos caminhos da eterna paixão

Duo: Salomé & Hilde

Texto original publicado pela Salomé - Pensamentos íntimos 2007/2008

http://www.diariodepoesias.com/visualizar.php?idt=1071347

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 09/07/2008
Reeditado em 09/07/2008
Código do texto: T1071661