Vestimentas

A claridade da manhã me desperta aos poucos, raios de sol.

Logo me vem na lembrança o sonho que tive, balé confuso.

Um homem de branco, que veste desejo, que despe segredos.

O moço de nome forte, olhos profundos...anatomia perfeita. Delírio.

Não sei se posso sonhar com ele, mas insisto, não domino.

Quando o vejo dispara em mim um alarme, um barulho no peito sem sossego. Finjo que não sei, tento disfarçar, folhear meus acervos, desfile de idéias confusas que não ouso confessar. Ele me toma, arrebata, faz acordar meus instintos que jaziam no fundo da alma.

Tudo isso sem que se faça nenhum rumor, nada de paixões nem insinuações.

Ele é terreno de outra propriedade embora seja tão livre quanto pássaros no céu.

Ele é sonho, é vento...é véu que não se rasga.

Sigo assim distraindo meu amor para que ele não reinvindique coisa alguma. Silêncio em mim, batalha solitária.

Te amava em segredo, agora sabes.

Voando Alto
Enviado por Voando Alto em 09/07/2008
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