MORREU UM AMOR NASCEU OUTRO MAIOR

Quando me desprendi das amarras

de um casamento falhado

(quem sabe se por mim provocado);

Quando sofri horrores

de uma depressão que se prolongou

(onde de mim então pouco restou);

Quando julguei-me forte o suficiente

e à cama voltava sem comer

(que mais teria eu a aprender);

Quando alimentei a esperança de

um regresso, que não teve mais volta

(revolvendo na cama toda a revolta);

Quando o retrato perdido rasguei

e de mil pedaços o chão ali cobri

(e acordando foi que acordei em mim);

foi que resolvi, que fantasia vivia

e de que tinha perdido toda a alegria.

Bem-haja, os amigos, que socorreram,

este ser tão inerme e de todo falido

(embora ele fosse deveras bem vivido).

Surgiu a poesia, à tanto esperada

e os amigos deram-me asas para voar

(alçando-me no ar não me fiz esperar).

Por fim encontrei-te, meu grande amor,

sem o sabermos já éramos um do outro

(ah, que bafejado, mostrou-se o teu porto)!

E de ora em diante, nada nos separará,

porque este amor nos engrandecerá.

Jorge Humberto

13/07/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 14/07/2008
Código do texto: T1079630
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