Loucura dos deuses

Não me peçam versos que não tenho,

de um amor feliz e bem vivido…

Árido coração que desdenho,

nesse mar tão longo, se é perdido.

Rezo ao vento e deusa das marés;

Ventre rasgado à tempestade.

Esse horizonte que para mim és,

sorriso cínico e de maldade.

Morte aos deuses que assim me castigam;

Não deixam do Olimpo ter visão,

a escondem e assim me instigam,

no sofrer louco desta paixão.

Quebram a lira da poesia,

num caminho que vislumbro o fim.

Essa mulher que eu tanto queria;

Nau que zarpa para longe de mim.

Morrem palavras na minha boca.

Abafo da revolta meus gritos.

Choro poesia, porque ela é louca

e os versos, terríveis delitos.

Sonho a vida nesse corpo ameno

e vejo enfim… Que ela me quer.

Entrego-me humilde e sereno…

Nos lábios, há sabor a mulher.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 14/07/2008
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