Despertando
Sou aquele sábio e esteta
É o diabo que zomba do poeta
Vou louvar a musa vivente
Ao aspirar viver intensamente
No ocaso das múltiplas dores
Na gênese da palavra viste
O clarão que ilumina o triste
Amador e seus muitos amores
Sofrimentos e tragédias
Condessa da maldade
No desejo e na saudade
Pelo amor e suas histórias
Não detêm a crueldade
Das tardes sombrias
Ávida pela carne que esfrias
Voa nos céus desta cidade
Morre o homem fica o poeta
No destino o inferno
Na terra sóbria do inverno
Peregrino das rimas o profeta
O sumo dos vocábulos
Adoçam a morte inerte
Moça de olhar triste desperte
No amor e seus tentáculos.
DR MENDELEV