Desejo

Atrás de cortinas transparentes de vaidade

entre ofusca estampas de orgulho,

mesmo assim queria te ver,

matar essa vontade de olhar o cansaço

que se fez presente com minha presença.

Esse sentimento tanto de sufoco,

mesmo assim queria te ver.

A saudade se fez real, dos olhos, do andar,

da boca que me mordeu de paixão

uma só noite de euforia,

mesmo assim queria te ver.

Para desenterrar a sede de teu colo

o afago cheio de dúvidas,

transcorridos pelos dedos que buscaram

incessantes os desejos,

mesmo assim queria te ver.

Percorrer a relva macia e os montes claros

que um dia, apenas, se fez em sonhos.

Caminhar os mesmos caminhos

e dividir o sorriso e o pranto alegre

mesmo que depois o aperto do sofrer

viesse ao meu encontro

e o teu corpo, mais uma vez, me fugisse,

mesmo assim queria te ver.

(Direitos autorais reservados)

Nica Barros
Enviado por Nica Barros em 06/02/2006
Código do texto: T108481