Testosterona/Beiramar/Pestilência
I
a cena que se repete
meu corpo contra a parede
psicografando minha testosterona
três vezes no mesmo rascunho
com a ponta do dedo
deixando o rastro de carne queimada
sublimação sanguínea
testosterona
e a cena que se repete
meu corpo contra a parede
II
e queima o céu
e o aquário vazio
queima as flores
e os disco voadores
queima o peito que arde em preto
e as bolachas recheadas
difíceis de desmontar
querosene e tinta acrílico
queima a sombra direita
queima a tocha zureta
e se apaga ao tocar a realidade
III
sobre pestilência
enlatada,
dentro da arma que
aponta a lua