LIVRE

Terra.

terra.

será?

Areia e névoa...

Eu quero um chão para amar.

O mundo, no fundo,

Um vão de má sorte.

Amar o chão que alguém pisa

Por outras narinas, o ar respirar.

Me dá meu quinhão, ó vida tão triste, ingrata e seca!

Um punhado de terra chamado paixão

E amor maior. E mais forte. E livre de mim!

Que aprisiono até pensamentos

Que o traga o vento

Em grãozinhos de areia

Esse chão, mansamente, pra dentro de mim

E o amor que semeia

Pra que eu o tenha enfim

Terra.

terra.

serei.

Risadas na dor.

Alegria pungente

Meu amor indecente

Libertarei

E com lágrimas de sonhos

No mais puro abandono

Meu chão regarei.

LIVRE.

Analúcia Azevedo. 26.07.2008.

Analúcia Azevedo
Enviado por Analúcia Azevedo em 27/07/2008
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