Quase Azul

silencias-me com as vagas

do teu olhar,

quase azul

tão perto de mim.

beijo de pupilas.

perco-me

lanço-me,

(estranho bailado de olhares)

desamparada

ao indizível dos teus sons.

há lacunas em cada pausa

tua.

há vida em direção

errante.

e eu,

diante de ti,

olhar quase azul

amendoado de serra

por gôsto de mel marinho.

diante do teu quase azul

eu não me sei

tampouco,

ardente em pistas

me calo.

pulsando em vidas

sem saber para onde.

escuro tateado por alma frágil

neste sítio tão

frágil

entregue a ondas

de nau sem rumo

estelar.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 27/07/2008
Código do texto: T1099909
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