Mais do mesmo

O poeta padece de amor

ainda mais quando o vem feito rasteira,

que o põe descompensado diante

de olhar tão obliquo

As casas, as ruas vão perdendo o tom

a voz se esconde, a mente se ilude.

Cliché! Como em qualquer versinho,

mas tão impar nas pares paixões

Afrodite, apenas mais um no óbvio

útopico ressonar apaixonado.

Como escapar de um olhar

que arrasta a maré, um olhar

mais implacável que qualquer mar enluarado.

Alguns se perdem, tresloucado bento

Outros se acham, trivial poeta,

acham-se, predem-se no encanto

da cigana pálida de voz mansa.

Eternamente auto-condenado.

Velhos portugueses já se embebedaram

com tal frescor ingrato.

Aviso tolo para um leão do mar,

que a terra nós seja branda.

Capitu menina há de alcançar as estrelas

mesmo que carregada por sonhos.

Para que não suba em degraus vãos

na dantesca vida diária

Machado com certeza perderá a fé

se é que a tinha, contudo não

me falta, pena para reescrever

a moda buarquiana

A vida se fará!

Passando por cidades submersas

e reconstruindo

tardes vazias.

Afrodite, apenas mais um no óbvio

útopico ressonar apaixonado.

Fábio Teixeira
Enviado por Fábio Teixeira em 29/07/2008
Reeditado em 29/07/2008
Código do texto: T1102766