ERA TÃO SIMPLES

Nesta comédia

de enganos

que dura há quase um ano

tu vais fingindo amar-me

e eu finjo acreditar-te.

Resulta desta tragédia

um enredo de duplicidades

que só traz infelicidades,

e um imenso mal-estar

que poderíamos evitar.

Da confiança enfraquecida

irrompe o descontentamento

e essa dor travestida

de alegria ou deslumbramento

que encobre a alma dolorida.

A consciência fica pesada,

a conversa é apressada,

a ausência mais prolongada,

e o convívio insuficiente

sobram os afectos... debilitados.

Perdemos a objectividade

e o amor é inconsequente.

Mas era tão simples, afinal

não esconder a verdade,

seres amigo, coerente,

seres mais sincero e frontal! (30-07-08)