CORAÇÃO PRISIONEIRO...

Uma estranha melancolia se abateu sobre mim...
Imagens, lembranças, aromas, sensações de
toques que se tornaram inesquecíveis para o meu
corpo e minhas emoções... Sonhos que sonhei...

Meus olhos marejados refletem estrelas que
parecem rolar sobre minhas faces,
quando as lágrimas surgem e seu brilho se
embaça, quando fitam os sonhos desfeitos...

Uma chama flamejante percorre meu corpo,
fazendo - me sentir um espasmo quando,
de repente, me dou conta de que toda essa
tristeza é causa da saudade q sinto de ti...

Foste um sonho que acalentei tanto... Tanto
esperei, de nós dois... Em vão... Não me
soubeste alcançar ou, talvez, eu não tivesse,
para ti, a importância que imaginei ter...

Tu te afastastes de mim, tal como te
aproximastes, silenciosamente... Ao menos
me deixastes o conforto de uma explicação
que me levasse a aceitar, perder - te...

Hoje, lamento o que poderíamos ter tido e não
tivemos, vivido, e não vivemos... Sei que somos
duas almas machucadas e desiludidas, com medo
de virmos a sofrer, novamente, um amor...

Mas eu não tive medo de amar - te... Não...
Ao contrário, sonhei teus beijos ardentes na
minha boca ávida da tua e tuas mãos ansiosas
percorrendo meu corpo cheio de desejos...

Eu desejei ser tua com toda a intensidade do
meu lado fêmea... Desejei mostrar - te toda
a profundidade do amor que despertates em
mim, mas que imagino, nem percebestes...

Algo dentro de mim parece rir, ironicamente,
como a dizer da minha fragilidade de mulher
apaixonada que não se cansa de sonhar que,
um dia, encontrará um amor verdadeiro...

A brisa fria da madrugada me envolve como
fosse o manto sombrio da desesperança,
da desilusão que mantém, como fosse um
prisioneiro, meu coração, de sonhos impossíveis...

O murmúrio da noite é quase imperceptível...
A lua argentina brilha, placidamente, como
um grande botão de diamante incrustado na
jóia escura do céu, cercada de cristais...
E eu, me sinto um corpo estranho, no universo...