O silêncio de tuas palavras

O silêncio de tuas palavras

confrange a alma

e anestesia o corpo como

se fosse um castigo do Mestre

aplicado a uma Serva suplicante.

Não são versos de amor que

suscitam tuas palavras.

Antes são nuances da lúxuria

que se espalha pelo corpo

provocando a combustão

de todos os sentidos.

Na festa da carne “a minha

carne também precisa de festa”.

Vejo a noite que se desnuda

na claridade do dia

entorpecer meus olhos

alfitos, pisados e ávidos por

ler na tela fria tuas

palavras insanas, o rascunho

momentâneo do teu desejo

expresso por mim.

A pele há muito intocada

do meu corpo quer se deixar

pintar em um “quadro de luzes roxas

feito com pinceladas fortes

de paixão extremada”,

ao toque de tuas mãos.

O silêncio de tuas palavras

tange no peito melodias

dissonantes, enquanto tento

com “rimas trêmulas” dizer

que te quero tanto ou

mais que qualquer tanto.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 09/08/2008
Código do texto: T1120571
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