Poema vermelho

O tecido negro que cobre meu peito é a

metáfora poética da dor que ainda sangra.

A ferida aberta tinge o branco do papel e

transforma os versos em um poema vermelho,

retinto no sangue que brota da alma.

Ainda estou recolhida no luto das emoções partidas,

buscando não mais crer no amor.

É como se o passado viesse nas asas

do vento e fizesse retirar de meu

peito as cinzas das belas rosas

envelhecidas pelo tempo,

repletas de tuas antigas

lembranças adormecidas em mim.

O amor, cruel algoz de sentimentos

não correspondidos, fez em mim

a morada solitária e dorida da

desilusão e da angústia.

Aqui, onde escrevo esse poema

vermelho, a tinta que uso é

o sangue da alma que ainda hoje chora.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 19/08/2008
Código do texto: T1136315
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