MEMÓRIAS DO ESPELHO

Meu Deus!

para que lado eu corri?

onde eu estou?

que madrugada fria e sem luz

me parece inócua, mas não é o que sinto

sempre é assim!, parece, mas não sinto

sinto!, pois nunca aparece

meus joelhos, tanta prece

libertem-se agouros internos

essa alma não merece

não mais! não mais!

nem mesmo amor

rasguem meu peito

dor, ira, alegria e pudor

vozes, queixas, rancor e calor

apareçam

acabem com esse conflito

se mostrem humanos

falhos e originais

insanos e marginais

eu só quero um caminho,

um que possa chamar de meu,

de glória ou terror,

de trevas ou fulgor,

meu,

para que alguém diga seu!

então irei olhar, conhecer e dizer

eu!

imaginem!

eu!