Luzes Longínquas
Atravessei tantas noites insones a parir poesias,
A lamentar o câncer que me carcomia o peito,
Sempre rememorando envelhecidas melancolias...
Com a agonia no rosto e o rubro olhar liquefeito.
Eu era refém de um sentimento desconhecido;
Um poeta ignorante no que se refere ao coração...
Pois jamais havia sido no amor correspondido,
Hoje Amo e sou Amado... Mas vivo na solidão...
Tenho na lembrança momentos de ventura extrema;
Momentos oníricos que vivi junto de minha Amada...
Mas hoje a distância tornou-se um tristíssimo dilema
Que flagela minha emudecida vontade inanimada...
Se o fato de não ter um Amor, me fazia sofrer tanto,
Hoje sofro em dobro, porque amo alguém distante...
É um doce sofrer, regado a muita saudade e pranto,
Uma problemática sentimentalmente conflitante.
Sofro por Amar, por ser poeta, por viver na miséria...
Penso em desistir e me entregar ao destino maligno,
E deixar a Morte se banquetear em minha matéria...
Pois do Amor de minha Amada sinto não ser digno!