Luzes Longínquas

Atravessei tantas noites insones a parir poesias,

A lamentar o câncer que me carcomia o peito,

Sempre rememorando envelhecidas melancolias...

Com a agonia no rosto e o rubro olhar liquefeito.

Eu era refém de um sentimento desconhecido;

Um poeta ignorante no que se refere ao coração...

Pois jamais havia sido no amor correspondido,

Hoje Amo e sou Amado... Mas vivo na solidão...

Tenho na lembrança momentos de ventura extrema;

Momentos oníricos que vivi junto de minha Amada...

Mas hoje a distância tornou-se um tristíssimo dilema

Que flagela minha emudecida vontade inanimada...

Se o fato de não ter um Amor, me fazia sofrer tanto,

Hoje sofro em dobro, porque amo alguém distante...

É um doce sofrer, regado a muita saudade e pranto,

Uma problemática sentimentalmente conflitante.

Sofro por Amar, por ser poeta, por viver na miséria...

Penso em desistir e me entregar ao destino maligno,

E deixar a Morte se banquetear em minha matéria...

Pois do Amor de minha Amada sinto não ser digno!

Washington M Costa
Enviado por Washington M Costa em 26/08/2008
Código do texto: T1146092
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