Súplica de um enamorado
Pouse seu verdeal olhar em mim
E vislumbre este ser malfadado
Que declina para o abismo do fim,
Mas que por ti é assaz apaixonado...
Ah... nesta existência tudo que almejo
É findar minha solitária desventura,
Oscular teus lábios no mais suave beijo
E para sempre admirar tua formosura...
Acariciar tua pele lindamente branca,
Mergulhar nos teus melancólicos olhares
Que dão a ti os mais doces e góticos ares
De romântica, tal qual Florbela Espanca...
Minha enfadonha existência reclusa,
E o lúgubre cadáver do meu coração
Encontram unicamente em ti ó musa!
Uma escapatória para a dor da solidão...
Perdoe a obtusidade destes ébrios versos
Tristonhos e demasiadamente repetitivos,
Mas que são o fiel reflexo dos insucessos
Da totalidade dos meus dias depressivos...
Por favor, escute este meu solitário grito,
Este endoidecido e apaixonado chamado
Que te envio aqui humildemente escrito...
Venha viver eternamente ao meu lado!