Bicho Rei

Ele vem e me arranha as costas,

já chega me levantando a saia,

me faz umas devassas propostas

e diz que eu sou da sua laia;

me coloca a mão no macio,

diz que é tempo quente de cio

e vai se deitando no chão;

me puxa como eu fosse tão leve

e eu monto nesse que se atreve

a imputar desvario tesão;

ele deixa o engate armado,

diz besteiras feito um tarado,

depois diz que é o meu dono;

me arranca águas bem quentes

enquanto me mete os dentes

nos bicos duros que entono;

ele tem esse jeito esquisito

é inteiro um homem bonito

quando deita assim pela relva,

se eu pudesse confessar, eu diria,

que ele é o Rei da anarquia;

o leão que me abate em sua selva...

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