Sonhos Ressurgidos

Seu semblante não mais me sorri...

Uma massa de nuvem cinza cobre

A plantação de sonhos e de jasmins

Como um espesso véu dos pobres

Funerais...

Nuvem nova, misteriosa e estranha

Persistente ao fazer morada nobre

Numa face sombria e tão tristonha,

Ferida e eivadas de tantas dores,

Oriundas da ausência dos amores

Prateados que nascem pelo peito,

Arrancam as vísceras e os joelhos,

Ferem os olhos, quebram espelhos

De magas egocêntricas e banais,

Onde os olhos são apenas vitrais

Repletos de sulcos com obscuros

Espaços vagos onde coabitam os

Campos inférteis de frutos vermelhos,

Dos jaspes e dos formosos diamantes...

Prefiro o terreno sem lacuna, com verdura,

Teto de manta azulina... Sem nuvens escuras,

Campos das brisas matinais refrigerantes

Onde apenas com os ventos dos temporais

Brotam sonhos pelas pontas dos meus dedos

E, depois de ressurgidos, não morrem mais..

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 31/08/2008
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