Sonhos Ressurgidos
Seu semblante não mais me sorri...
Uma massa de nuvem cinza cobre
A plantação de sonhos e de jasmins
Como um espesso véu dos pobres
Funerais...
Nuvem nova, misteriosa e estranha
Persistente ao fazer morada nobre
Numa face sombria e tão tristonha,
Ferida e eivadas de tantas dores,
Oriundas da ausência dos amores
Prateados que nascem pelo peito,
Arrancam as vísceras e os joelhos,
Ferem os olhos, quebram espelhos
De magas egocêntricas e banais,
Onde os olhos são apenas vitrais
Repletos de sulcos com obscuros
Espaços vagos onde coabitam os
Campos inférteis de frutos vermelhos,
Dos jaspes e dos formosos diamantes...
Prefiro o terreno sem lacuna, com verdura,
Teto de manta azulina... Sem nuvens escuras,
Campos das brisas matinais refrigerantes
Onde apenas com os ventos dos temporais
Brotam sonhos pelas pontas dos meus dedos
E, depois de ressurgidos, não morrem mais..