Que venham as tempestades

Dos meus olhos elas caíram

misturando-se aos gozos de antes

quando, secretos amantes,

eles tanto nos fluíram.

Os vendavais do sentimento

ainda escorrem-me pelas coxas,

nas intrincadas marcas roxas,

que minhas unhas cunham sem alento.

Toque-me como antes, como outrora

faça dos ventos os mesmos furacões

que me trouxeram ao útero uma aurora

surgida na manhã com o sol dos tesões.

Tome de mim as chuvas derramadas

com teu nome entre dedos

passados nas carnes fervilhadas

dos espasmos enevoados dos segredos.

Chova em mim a mesma loa pungente,

cantando aquela única canção

que me embalava horas de tesão

fazendo, de mim, uma enchente...

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