O AMOR DA MEIA-NOITE
O poeta Este Poeta
Aqui poetando,
Precisa, com urgência,
Confessar
Que de tanto amar
Chegou à demência:
Está amando!
E que amor é este Este Amor?
De corpos pelados
unidos,
Onde não são admitidos
Espíritos isolados
nem remidos,
nem perdoados?
Mas que dilema!
que antítese!
Oh, Amor, eu quis-te!
Pois que não adianta amar
Sem querer nem desejar!
Não adianta querer
e desejar
Sem ao menos perdoar.
Ai, que vicioso círculo
Pois que só pode perdoar
Quem realmente é capaz de amar...
Ai, que loucura de louco insano
Amar assim depois da meia-noite, ou antes:
Mas não posso reclamar, não reclamo,
Pois que este oculto amor é o amor dos amantes!