Para todos, e para ninguém
Tua má leitura roubou todo o sentido
De meu poema que deixou de ser
Páginas de um tom branco ressentido
Espera a luz do visível recrudescer
Até se o poeta ao leitor houver mentido
Não vai por falsas visões ele padecer
A beleza que o segredo podia ter tido
Era um dia que não vai mais acontecer
E se o medo nos sonhos pressentido
Mesmo se a luz do dia não esclarecer
Não será jamais o perjúrio consentido
o sentido de meu amor não irá fenecer