Fim

Fim

Olha pra mim

Mas não com olhos de quem já não vê mais nada

Como se andasse nua em pêlo pela estrada

Como se não me desse conta do meu fim

Olha pra mim!

Não faça assim

Não me persiga no percurso d´uma estrela

E transparente, como lente, só pra vê-la

O seu olhar brilhasse olhando-me por fim

Não faça assim!

Que resta enfim

Daquela chama que tornou razão em brasas

Daquela cama, onde perdemos nossas asas

Daquele olhar que tanto s´inflamou por mim

Que resta enfim?!

Nesse jardim

Onde, regando flores mortas com vãs lágrimas

Embargo a voz imersa em tantas, tantas mágoas

Revolvo a cova onde este amor chegou ao fim.

(Djalma Silveira)