Soneto do amor lapidar
Soneto do amor lapidar
Quero te amar lentamente
Sem a ânsia da hora, do dia, ou do fim
Como se fosses – quero crer – infinita
Como a alma que há dentro de mim
Se a paixão certamente me excita
Ninguém – de fato – acredita que vá perdurar
Mas quando falhar esta chama que arde por mim
Em mim, jamais falte a clareza de ainda te amar
Se um dia a furtiva beleza então nos faltar
Que haja a certeza no olhar a brilhar radiante
De que nada é forte o bastante p´ra nos apartar
E que devagar como a terra produz o diamante
Eu possa envolver-te, sincera, total e amplamente
Até poder ver, finalmente, tua luz singular
(Djalma Silveira)