Universo em Desencanto

Estrelas lindas circulam

Em torno do meu presente

Sem que eu saiba se são

Para meu eu consciente

Ou se pulam,

Se apenas pulam

Zombando da minha mente

Se para mim, não são

Se reservado ao meu eu mudo

Estão apenas poeira e ilusão

E eu sorrindo, contudo.

E os cometas passam velozes

E passo por asteróides fincados

Observações, as mais atrozes

Olhares muito desconfiados

E prossigo mesmo com dor

Mesmo que esteja deveras escuro

Mesmo que haja um velho temor

De que não reste muito futuro

Ruim essa sina minha

De tomar o destino na mão

De deixar preto-ou-branco de lado

E descobrir que a revolução caminha

O que é perceber a questão

Que entre maniqueísmo e amor

Está todo um mundo de risos

Está todo um mundo de dor.

E nesse universo em desencanto

Dos perdidos em mesas de bar

Há sempre espaço pra um pranto

E há sempre a esperança de amar.