A Rosa

Hoje eu andava pelas ruas da desgraça,

encoberto por toda essa cacofonia urbanizada,

por uma imensa nuvem negra de fumaça...

Ao fitar o chão me deparo com uma rosa abandonada.

Tão frágil ali sozinha, imóvel, estática dormia.

Tão bela e fascinante, tão triste ao chão...

Uma linda rosa vermelha aos poucos morria,

esqueci o mundo e aproximei-me alcançando-a com gélida mão.

"Acaso tens pena de mim?"

(perguntou-me a Rosa)

Na cisma, desconfiada, que novamente lhe fizessem sofrer

"Não durmas assim"

(respondi à doce formosa)

(e continuei)" Não te deites cedo a morrer"

Era ela para mim um canto de esperança

uma frágil e pequena criança

uma saudosa e doida lembrança...

Dos tempos em que me faziam promessas

que meu coração batia as pressas

nos tempos de amores e festas...

era eu um jovem ainda, mas derrotado

querendo levantar aquela alma com um braço esfrangalhado,

com o peito amarrotado.

Aquela criança com nome de Rosa

Tão triste, tão pálida, tão formosa...

e eu ali tremendo

enquanto ela tossia e soluçava morrendo

e uma lágrima escorria pela sua face

no momento em que arquejou

e seu ultimo suspiro soltou:

"posso eu agora morrer pois conheci o amor"

e ela se foi deixando meu coração em dor...

hoje recordo esta canção sombria,

pois esta flor, senhores, esta de volta amorosa...

Me faz feliz com seu amor e alegria,

Me abraçando com suas pétalas, cheirosa.

alsrodrigues
Enviado por alsrodrigues em 26/09/2008
Reeditado em 13/12/2015
Código do texto: T1197502
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