Talvez, amor.

Flores coloridas nascem na janela

Perfumes antes não sentidos, tão perto

Sinto o sol de forma diferente, queima dentro

A escuridão toma a mente e faz de todo pensamento breu

Meus olhos cegam e trituram qualquer coisa que se oponha a visão

Tento seguir meu próprio rumo ou um rumo qualquer que não seja este

O perfume das flores desperta os sentidos

Os sentidos deixam de fazer qualquer então

Percebo que o frio treme perante minha luz

Ilumino a força da vida, a coragem espanta minha covardia

Pulo o penhasco e sei que o impacto de meu corpo será sobre o seu

E então, nada, mas nada mesmo, segurará minha queda,

Caio livre de meu mundo, aproveito o vento e o despenhadeiro,

Banho a terra com meu sangue e suor, deixo escorrer todo amor

Seco meus sonhos em seu terreno árido e inóspito, sobrevivo

Por fim, aprende a viver, valorizo a queda, o impacto, a flor que seca

Tenho as cores e o perfume marcado em minhas sementes, isso me basta

Onde for agora, sem queda, sem dor, talvez, amor.