D E L Í R I O

Quando chega a tarde, vem para a minha cabeça a perturbação.

Procuro desligar o meu pensamento de você, mas é tudo em vão.

A tua presença está impregnando o meu coração.

É uma espécie de loucura, é um delírio total.

A ausência do teu amor para mim é uma doença, é um mal.

Já não tem cura, não tem remédio, só à espera do minuto final.

Eu sei que pode ser um excesso de sentimento, mas não tem jeito.

O teu amor continua sendo uma alucinação no meu peito.

Quando te procuro desesperadamente no meu leito.

Parece até gozação do destino, pois há pouco tempo tú eras minha.

Hoje, me entristece a tua vida, o teu caminho perdido.

Dói-me ao saber dessa tua vida tão mesquinha.

Dói-me o meu amor a ti dedicado e tão sofrido.

Quisera Deus eu pudesse tirar-te dessa vida de horror.

Quisera eu pudesse mudar o passado para mudar o amor.

Pois para mim é triste ver-te envolta nessa tua falsa alegria.

É triste ver o nosso imenso amor definhar-se a cada dia.

Tú, foste toda a alegria da minha vida.

Tú, és toda a dôr da minh’alma.

Manaus, 13 de dezembro de 1988.

Marcos Antonio Costa da Silva