Saberá?

Sentar em frente à televisão,

Não é como sentar em frente à janela...

Pois não terás em frente a tua visão,

Crianças correndo pelas vielas...

~

A vida passa entre estes minutos!

Não... Não ficaste velha, eu sei!

Mas sei que sente uma criança entre os adultos,

E às vezes uma rainha sem rei...

~

Então começastes a contar as palavras,

Sem medidas, sem métricas, mas com paixão!

Tentando por ela curar suas escalavras,

E a ausência de um amor perdido em vão...

~

Então fizeste da poeira a poesia,

E da poesia fizeste a tua lição...

Amor e paixão, falados por ti com maestria,

Onde palavra por palavra, declaraste tua emoção...

~

E mesmo que não retrataste o único, o verdadeiro!

Sei que ele naufragava no seu mar de ilusão...

Tentando esconder o memento derradeiro,

Da sua lágrima fugindo, para ir morrer no chão...

~

Mas a poesia é assim, só o poeta reconhece,

E vê sentindo, e sentindo ele pode ver...

Que uma flor nasce, enquanto outra padece,

Mas morrer, não é apenas deixar de viver...

~

Mas e o amor? Ah! Acho que nem eu sei,

Ou melhor, acho que nunca saberei ao certo!

Pois a poesia fala, coisas que não te direi,

E meu corpo também fala, quando tu passas perto...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 09/03/2006
Código do texto: T120854