Mar de perguntas
O que restou do teu ser que sobrou pra mim?
O que ficou em você dos amores sem fim?
Que águas correram em teu rio
Que desaguaram no meu mar?
Quais cantos do teu ser já vazio
Meu mar pode e conseguiu inundar?
Em qual nascente nossa água brotou?
Foram várzeas de um rio perene,
Ou margens de outro rio que secou?
Em qual oceano foram se encontrar?
Ou cada um diferente percurso tomou
E noutro mar fomos nos lançar?
O que me levou a perguntar tudo isso
Se hoje estou tão seca de mim
E destas respostas não mais preciso?
Até gosto que seja assim...
Pois só teus beijos conseguem me molhar
É nesse momento que tudo brota e floresce
Num suspiro profundo, em teus braços,
Todo o meu sertão sempre vira mar...