AQUELA CARTA
Aquela carta que nunca escrevi
ainda queima em meus dedos,
ainda surge na noite,
palavras fugidias
escapando
lentamente
nos sonhos,
na madrugada.
Aquela carta nunca escrita
ainda ecoa no tempo,
sonora e suave
como os sentimentos
de amor e perda,
sonora e suave
como o abraço, o beijo,
cálida
como a despedida e o encontro
depois
do tempo muito tempo
tempo demais...
Aquela carta nunca lida
guarda tinturas, texturas,
nuances, segredos
e letras
que se juntam
feito nós,
que se juntam
feito o suave encontro
de um
amoroso olhar...
aquela carta...